terça-feira, setembro 04, 2012

Cubata de aguadeiro...

Nesse mundinho que vivo sonho com coisas possíveis que não acontecem jamais. Aqui como acolá mora o bom e o ruim. O que afirma-se em verdade não passa de mentira inventada, uma estória bem contada. os fatos cairam  no esquecimento. Misturou-se entre todos, foi sempre assim. Entre ser especial e ser diferente, não há o que mais apeteça o desprezo do que esse comum ser assim. É nata a aversão a rótulos, o título que não cabe a ninguém na igualdade de seu fim...aquilo que diz-se errado pode ser certo prá mim.A impressão popular que um povo tem do outro é muito equivocada no que concerne a realidade de cada um. Falo por mim, não por ninguém. Não é engraçado ver o desprezo virar piada, o defeito ser  apontado, não é fácil. Mais do que não supreender-se com a morte é matar a cada segundo o valor inestimavel que vida tem e nos concede naturalmente. A concepção do "não entendo desses assuntos" ou não sabia disso mais do que a minha própria vivência possa explanar até o momento dessa existência. Amanhã talvez seja diferente. Venho de outro lugar e sou de lugar nenhum. Preservo e cultuo o meu universo querendo sempre adentrar e somar com o teu, dando no egoísmo maior o direito de escolher querer ser mais do que ver o que sou. Não sou dito nem erudito, sou apenas mais um. Nas questões econômicas sei o que não tive e agradeço por tudo que foi possível. Na fé sou cristão, hoje sem uma específica religião. Meu pré concebimento condiz com meu conceito. Ter na medida a sinceridade dos fatos nas palavras ditas. Não sou especialista de coisa alguma, nem nobre em bens adquiridos por expedientes mal explicados, possuo sem questionar o berço da família que conserva a união independente da região. Sou estação de muitas paradas desembestadas. Nivelo meu pensamento pela franqueza do meu sentimento sem mais nada além do querer. Nada melhor do que saber e perceber as melhores características de sua decendência e de seus próprios gens. Ter ideias de possibilidades bem vindas por tantas estradas. Perdoe-me tanta falta de conexão, raciocinio sem elaboração, embasamento ou conclusão, mas o pensamento vem como um vento que deixa a lembrança como sensação. Um povo cansado da estagnação. O ser em evolução que permite-se dizer não com respeito e educação. Nem ouso um discurso moral..falo apenas do pessoal que em palavra e poesia brinca com essa magia do estranho poder que a palavra tem quando se faz entender. Falo de um mundo vivido em poucos metros quadrados mas com muitas portas, janelas e passagens...paisagens trazidas pelo infinito horizonte de um olhar. A subserviência que faz o lombo pesar não pode ser mais digna do que a humildade necessária para aprender que somos iguais em qualquer lugar. Somos uma especie comum, nem por isso diferente no que não é normal.

3 comentários:

Luísa disse...

Gosto de ler este SER, que explica porque não quer o olhar do já visto, que nos faz pensar sem querer, que nos impela para a razão num mundo louco e sem emoção!
Gosto deste corridinho de palavrar asseadas, ordenadas na desordem do impulso de escrever! E que bem escreve!
Beijinhos mil, com muita estima e admiração!

Selena Sartorelo disse...

Mais do que obrigada quem sempre acho pouco dizer sou grata sim pelas palavras de elogio que dirigi a mim. Não creio e dificilmente vou crer que faço juz aos teu elogios, mas confesso com alegria o quanto gabo-me por lê-las.

Beijos imensos e ternos.

Confesso também que esse texto era continuidade de um comentário que fiz inspirado em outras postagens pelos amigos artistas, atentos e escritores comuns, foi por isso que o escrevi, e como sempre uma coisa leva outra, achei extenso de mais e o publiquei aqui.

Fatima Cristina disse...

"Sou estação de muitas paradas desembestadas."

É também assim que eu te vejo, Selena.

Adorei o texto. Beijos